A Cáritas Arquidiocesana de Campinas se fez presente no 13º Congresso Mundial de Ouvidores de Vozes que aconteceu no Brasil, em Porto Alegre-RS, nos dias 3, 4 e 5 do mês de novembro. O congresso acontece anualmente, cada vez em um país onde o movimento está presente.
O primeiro grupo de Ouvidores de Vozes do Brasil nasceu de um projeto da Cáritas e foi modelo para vários grupos no Brasil. Em pouco tempo, com a ajuda do Intervoice Internacional e do Centro Educacional Novas Abordagens em Saúde Mental – CENAT, foram criados vários grupos por todo país, proporcionando uma nova perspectiva, mais humanizada e alinhada com os direitos humanos junto a pessoas que ouvem vozes.
O congresso contou com a presença de referências mundiais do movimento como seu fundador o holandês Marius Rome e a australiana Kellie Stastny, atual líder do movimento.
Representando a Cáritas estiveram presentes seu coordenador geral, Naiber Willis e o coordenador de projetos Leonardo Duart.
“Essa é a nossa história. Todos que estão aqui hoje fazem parte dessa história. Então essa é a sua história também.
Depois daqui, desse mundo, a nossa história é a única coisa que irá perdurar para sempre. Nossos familiares e amigos se lembrarão de nós pelas histórias que contamos e que ainda iremos contar. Ninguém vai se lembrar da marca da roupa que a gente vestia, ou o ano do carro que a gente dirigia.
Alguns dias atrás me peguei pensando o seguinte: “Aonde foi que a gente se perdeu que o mundo chegou em um ponto onde as coisas deram tão erradas?”
Guerras, armas, preconceito, julgamento, intolerância e tantas outras violências.
Foi aí que parei pra pensar na minha história. Ou melhor, na nossa história. A história que nós estamos escrevendo juntos aqui. Uma história que as vezes é difícil de viver e contar, mas que é cheia de esperança e muitos momentos alegres no caminho. A história de pessoas que não querem que o mundo continue mau.
Então, pra continuar nossa história, eu desejo coisas melhores pra nós, e pro mundo.
Desejo Que todas as pessoas possam ter acesso às mesmas oportunidades.
Que ninguém mais tenha medo de morrer só por ser o que se é.
Que a mãe preta da periferia não precise mais se preocupar se seu filho vai voltar vivo da escola.
Que ninguém mais morra de fome, de frio, ou de nenhuma outra violência.
Que as mulheres sejam sempre donas dos seus próprios corpos, e que os homens saibam respeitar isso.
Que a espiritualidade e a crença de cada um seja respeitada.
Que ao invés de usar armas, as pessoas usem a compaixão.
Que ao invés da segregação, haja fraternidade.
Que todos possam amar livremente e sem limites.
Que cresça a justiça social.
Que a gente tenha tempo e energia pra tentar fazer do mundo um lugar melhor e principalmente pra ser muito feliz!”
Música: Vilarejo – Marisa Monte
Angélica Cristina Sartori
Campinas, 13 de outubro de 2022