Criado por uma lei municipal em 2016 o “Programa Parceiros da cidade: Mão Amiga”, surgiu com o objetivo de proporcionar formação educacional, profissionalização e uma renda mediante uma bolsa para pessoas adultas em situação de rua que estejam inseridas em serviços de acolhimento institucional da Assistência Social. Com duração de 24 meses, a iniciativa busca formar cidadãos e profissionais, que possam se reintegrar à sociedade. Durante o curso os estudantes são preparados nas aulas teóricas e práticas, e posteriormente encaminhados para empregabilidade. Ao longo desses anos, houveram bolsistas que foram contemplados com trabalho registrado em diversas empresas e puderam ressignificar o projeto de vida.
Presente desde as primeiras discussões sobre a criação do programa, a “Casa Antonio Fernando dos Santos – Cáritas Arquidiocesana de Campinas/SP”, exerce papel protagonista na continuidade do projeto junto a prefeitura e as pessoa em situação de rua, encaminhando usuários e promovendo em parceria atividades educativas e culturais, como foi o caso das palestras do último dia 18/02/2021 sobre Comunicação Não-Violenta e Redução de Danos, além da oficina sobre Regras e Combinados realizada no dia 19/02/2021, na qual a Cáritas e a Casa Santa Clara contribuíram diretamente.
Essas atividades são importantes por abordarem assuntos relevantes para o desenvolvimento e evolução dos estudantes, como o caso de se abordar uma comunicação pautada na cultura da paz e solidariedade, a redução de danos como uma estratégia de cuidado a saúde mental e a própria construção de regras como forma de democratizar o poder nas relações dentro do programa, como comenta o Psicólogo da Cáritas Michel Cabral.
Sabemos que uma sociedade mais justa e igualitária é edificada por ações comprometidas e criativas. E em meio a uma pandemia e a necessidade dos estudantes do Mão Amiga participarem do programa via aulas por video chamada, é imprescindível disposição para inovar no auxílio por novos recursos, colaborando para a reabilitação psicossocial de seres humanos que tiveram seus direitos violados e foram fortemente marcados pela opressão.
Esta turma 6 representa uma conquista enquanto política pública que vai se consolidando e se tornando mais que um projeto de governo, mas sim, um projeto de estado, que respeita o direito do cidadão, principalmente daquele mais vulnerável, comenta Michel.
E pelo esforço do programa e serviços de acolhimento em se adaptar à crise da pandemia, revela um compromisso que vai além apenas do dever executado, mas da responsabilidade em assumir a missão da transformação da sociedade. Elemento que é uma marca da Cáritas.
Por fim, fica a reflexão de pensarmos em novas estratégias e de apoiar as existentes como forma de lidar com os problemas sociais intensificados pela pandemia. E a Cáritas se apresenta em meio a este contexto reforçando seu compromisso com os mais vulneráveis e no empenho da construção de um mundo mais justo e igualitário.